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Clientes trocam filas pelo serviço eletrônico - Correio Popular 12/07/2010

Consulta de saldos é o serviço mais utilizado

Matéria publicada no Jornal Correio Popular de Segunda-Feira, 12 de julho de 2010. Página E4.

Há mais de 10 anos a empresária Neusa Guimarães não fica em uma fila de banco. Desde que a internet foi incorporada ao seu cotidiano, ela paga contas, consulta saldos e extrato e faz transferências de valores pelo sistema internet banking. “Só vou ao banco para sacar dinheiro ou fazer depósitos”, conta. Além de economizar tempo, Neusa diz que se sente mais segura em realizar transações pela web no lugar de ir ao banco. “Acredito que corro mais risco de ser assaltada se for ao caixa eletrônico”, diz. 

Assim como Neusa, outros milhões de brasileiros utilizam a internet para transações bancárias todos os anos. Segundo um balanço divulgado pelo Banco Central, no ano passado esse foi o canal de atendimento bancário mais utilizado pela população brasileira. Pela primeira vez na história, 31% das transações foram iniciadas pela internet. O índice é maior que a utilização dos terminais de autoatendimento (ATM). 

Dados do Anuário Estatístico do BC sobre o sistema de pagamentos revelam o crescimento do número de usuários que utilizam o chamado acesso remoto a suas contas. Em 2008, mais de 30 milhões de pessoas utilizavam a internet em suas transações bancárias. No ano passado, esse número saltou para 50 milhões, aumento de 66%. 

Em 2009, foram realizadas 8,41 bilhões de transações via internet, um crescimento de 15,6% em relação ao ano anterior. A consulta de saldos é o serviço mais utilizado pelos correntistas, respondendo a 40% das operações. Pagamento de boletos de cobranças e de convênios contabilizaram 9,4% das operações e as transferências de crédito responderam por 8,2%.

Esse crescimento é o reflexo do aumento no índice de confiança dos internautas na segurança adotada pelos bancos. O publicitário Henrique de Toledo Leme usa o serviço de internet banking há mais de seis anos e diz confiar nos sites que utiliza. “Pago tudo pela internet. Isso facilitou a minha vida. Quando vou viajar, programo todos os pagamentos, coisa que não conseguiria fazer se não fosse pela internet”, conta.

Tanto Neusa quanto Leme confiam nos sistemas de segurança dos bancos. “Os bancos investem bilhões de reais em segurança para evitar fraudes, o ambiente é seguro”, comenta Leme. Neusa diz que, para se sentir ainda mais segura, segue à risca as recomendações de segurança repassadas pelos bancos. “Essa é a maior dica de segurança. Fazendo isso, protejo minha máquina contra fraudes”, conta. 

O professor de pós-graduação em Gestão da Tecnologia da Informação da Veris IBTA, Ricardo de Castro, diz que as transações on-line são seguras desde que o usuário mantenha seu computador em segurança. “Não basta seguir as recomendações do banco se o usuário tem uma conduta de risco na internet”, comenta. Além de manter o antivírus atualizado, Castro diz que o ideal é que o usuário não acesse o internet banking no mesmo computador em que faz downloads. “O usuário não deve baixar músicas, vídeos e jogos piratas, porque eles podem vir com vírus”, ensina.

Ingenuidade dos usuários facilita fraudes e invasões

Algumas das principais armadilhas da rede são propagadas em e-mails do ambiente doméstico

A maioria das fraudes cometidas pelo internet banking ocorre por meio de invasões nos computadores dos usuários. Segundo o professor de pós-graduação em Gestão da Tecnologia da Informação da Veris IBTA, Ricardo de Castro, a tecnologia adotada pelos bancos é muito sofisticada, mas as fraudes acontecem no ambiente doméstico. “E os bancos estão investigando o que está acontecendo”, conta. 

Algumas das principais armadilhas que representam risco para os usuários vêm por e-mails. Os bancos alertam que não mandam e-mails aos clientes solicitando senhas ou o recadastramento de informações. “Na dúvida, não abra ou responda e procure o banco”, diz Castro. E o cuidado deve ser redobrado com arquivos anexados. Muitos e-mails carregam programas desconhecidos que oferecem riscos à segurança do usuário, os chamados trojans, que se instalam nas máquinas e roubam dados. O mais seguro, dizem os especialistas, é deletar as mensagens que não têm fonte confiável.

O consultor da Federação Brasileira do Bancos (Febraban) Luis Marques Azer conta que os bancos fazem investimentos maciços em segurança e diz que o número de fraudes vem caindo nos últimos anos. Um dos motivos, segundo ele, é a certificação digital. “Metade dos usuários do internet banking são empresas e o governo nos ajudou muito com a obrigatoriedade de elas terem certificados digitais”, comenta.

A tecnologia teve papel fundamental na queda da incidência de fraudes. “Hoje temos múltiplas senhas, os tokens ( dispositivos eletrônicos geradores de senhas ) e teclados virtuais”, enumera. O grande problema continua sendo o usuário doméstico. “O mais difícil é conscientizar o usuário sobre a necessidade de ter uma postura segura na internet”, diz.  (PA/AAN)

Febraban e PF se unem contra cibercrimes

Mecanismo adotado possibilita aos policiais mapear as estatísticas dos grupos criminosos que agem em todo o País

O combate às fraudes cibernéticas está na mira da Polícia Federal. A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) e a PF assinaram, no final de junho, um acordo de cooperação que permitirá uma interação maior e mais rápida entre as instituições financeiras e a polícia. Por meio de um sistema criptografado, os bancos e os federais poderão trocar informações e compartilhar tecnologia para aumentar a segurança de clientes e bancos. 

O mecanismo possibilita aos policiais mapear as estatísticas dos grupos criminosos que agem em todo o País. Para a Febraban, o acordo é mais um passo para fechar o cerco aos crimes na internet. A ideia é que, quando os bancos detectarem uma fraude, sejam ágeis e tenham um padrão para enviar os dados referentes à ocorrência à Polícia Federal, que deve iniciar uma investigação imediatamente. 

Atualmente, esse tipo de crime é investigado pela Polícia Civil. Os bancos esperam que, com o convênio, a ocorrência das fraudes eletrônicas caia consideravelmente. Hoje, a ação dos criminosos virtuais se dá, em sua maioria, por meio do phishing. A prática consiste no envio de mensagens para e-mails ou sites de relacionamento que atraem o internauta e o levam a clicar em um link infectado. Vírus espiões são instalados na máquina sem que ela saiba, e capturam dados sigilosos como senhas. 
 

Dicas de segurança para o uso de internet banking

  • Não responder e-mails de bancos
  • Não abrir e-mails ou fazer downloads de remetentes desconhecidos
  • Mudar a senha a cada seis meses
  • Não fazer downloads ilegais no computador que acessará o banco
  • Manter antivírus atualizados instalados no computador que utilizar para ter acesso aos serviços bancários
  • Utilizar sempre as versões de browsers mais atualizadas, pois incorporam melhores mecanismos de segurança
  • Acompanhar os lançamentos em sua conta corrente
  • Se estiver em dúvida sobre a segurança de algum procedimento que executou, entrar em contato com o banco
  • Seguir todas as instruções de segurança fornecidas pelo banco