Principal » Novidades » Notícias » Falta de protocolos na web ameaça criar

Falta de protocolos na web ameaça criar

Com expansão da rede, versão atual só conseguirá dar suporte por um ou dois anos

Cada computador que se conecta à internet tem um número de identificação, o chamado Internet Protocol (IP). Sem ele, não é possível navegar na web. O estoque desses endereços, chamado IP versão 4, está acabando. Segundo entidades que regulam a internet no Brasil, o IPv4 deve durar no máximo até final de 2011. “O protocolo é um conjunto de regras para o computador se comunicar com outros. Cada computador tem um número que funciona como identificação. Através desse número a informação acha o caminho de um computador para outro”, explica Antônio Marcos Moreiras, coordenador de projetos no Centro de Estudos e Pesquisas em Tecnologias de Redes e Operações, do Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br).

Esses endereços são distribuídos mundialmente por uma instituição chamada Iana (Autoridade de Números Atribuídos na Internet, na sigla em inglês). Apenas 220 milhões (5,4%) dos endereços de IP hoje estão disponíveis globalmente. Todos os outros já estão alocados para redes corporativas ou provedores de internet. “Cada país recebeu uma parte desses endereços e órgãos específicos (como o NIC.br no Brasil) controlam a distribuição”, conta.

O estoque da América Latina, diz Moreiras, deve durar aproximadamente um ano.

Quando a mudança for implantada, quem tem a rede IPv4 não conseguirá se comunicar com computadores que têm a versão nova. As novas redes, no entanto, terão um mecanismo que possibilitará o acesso aos endereços do IPv4. “A gente adiciona um segundo número de identificação.” Segundo ele, o usuário doméstico não será diretamente afetado, já que é o seu provedor que deve fazer a migração para a nova versão. Ele só terá que fazer mudanças se o seu equipamento for muito antigo, porque equipamentos mais recentes já vêm prontos para receber o IPv6.

A versão 6 foi criada em 1998, quando as entidades já previam que a internet cresceria e que os endereços IPv4 iriam acabar. Moreiras conta que as três primeiras versões foram criadas em forma de teste, por isso não foram usadas em larga escala.

Com o IPv6, cada internauta receberá bilhões de endereços fixos e reais de internet, número maior que o da internet inteira hoje. “Num futuro não muito distante, vários equipamentos, como geladeira e televisores, terão acesso à internet e cada um desses dispositivos deve ter um endereço de IPv6, prevê Moreiras.

UFSCar é a primeira instituição de ensino a adotar nova versão do protocolo IP

A primeira instituição de ensino a adotar a nova versão do protocolo IP é a Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). A implantação aconteceu após testes realizados pela equipe de Tecnologia da Informação com apoio e orientação da equipe do Centro de Estudos e Pesquisas em Tecnologia de Redes e Operações (CEPTRO.br) do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br).

Para evitar gastos maciços com a infraestrutura, a equipe de TI substituiu os roteadores antigos por estruturas baseadas em computadores tradicionais que utilizam softwares livres.

A instituição acredita que a adoção do IPv6 evita gastos e problemas futuros. “Em um determinado momento, todas as instituições e empresas deverão estar prontas para o IPv6.

Com a implantação já realizada, não teremos impactos significativos quando o novo protocolo estiver de fato implementado em toda a Internet”, informou, por meio da assessoria de imprensa, Marcelo José Duarte, responsável pelo projeto na UFSCar. (AAN)

Portais deverão se mexer somente na última hora

Necessidade de altos investimentos é principal motivo para a demora

Apesar da iminente mudança no protocolo de internet, a maior parte dos portais em todo mundo não migrou para a nova versão. O especialista em TI Carlos Guimarães, da CRMG, empresa que fornece soluções em segurança e network, conta que as empresas ainda não estão pensando em migrar para o novo protocolo. “A maior parte só vai fazer mudanças quando o estoque de IPv4 acabar. Antes disso, a maior parte das empresas não vai se mexer”, diz.

Fazer a migração vai demandar altos investimentos. “É impossível estimar um valor porque vai depender dos equipamentos que as empresas têm e da estrutura de rede montada”, conta. Muitos equipamentos novos já vem adaptados para trabalhar com o novo protocolo. Isso acontece porque o IPv4 trabalha com um espaço de 32 bits e a nova versão vem com espaço para 128 bits.

Além do alto investimento necessário, a busca por mão de obra especilizada para fazer a migração será trabalhosa. “É difícil encontrar profissional que domine o IPv4, imagine o IPv6”, conta Guimarães. Quem atua no ramo deve investir em cursos sobre a nova versão.

Na avaliação de Guimarães, as primeiras instituições a aderir à nova versão, serão as universidades. “Centros de pesquisa e universidades devem estar se programando”. (PA/AAN)

Levantamento mostra despreparo dos sites gov.br

Com expansão da rede, versão atual só conseguirá dar suporte por um ou dois anos

O Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI) divulgou recentemente dados preliminares sobre o censo da internet. Um dos dados revelados pelo levantamento sobre os sites gov.br é que entre os portais analisados, nenhum está disponível via protocolo IP versão 6. O protocolo substituirá a versão atual, o IPv4, que só conseguirá dar suporte ao atual ritmo de expansão da internet por mais um ou dois anos. “A implantação do IPv6 deve ser feita de forma rápida e consistente, pois quando o IPv4 se esgotar, paulatinamente surgirão serviços e usuários que conseguirão comunicar-se utilizando apenas o IPv6”, explica Antônio Moreiras, gerente do Centro de Estudos e Pesquisas em Tecnologias de Redes e Operações, do NIC.br.

Segundo Moreira, o IPv6 já vem sendo utilizado há algum tempo, mas sua implantação deve ser acelerada. “Ela é imprescindível para a continuidade do crescimento e da evolução da Internet”, afirma. (PA/AAN)

Fonte: Correio Popular
Por: Patrícia Azevedo |  DA AGÊNCIA ANHANGUERA | patricia.azevedo@rac.com.br